quinta-feira, junho 29, 2006

VIA UNO

O Coliseu é maravilhoso à noite! As luzes ao seu redor iluminando a sua beleza e grandiosidade, as centenas de gatos que saem do seu interior é inacreditavel, gato de todo tamanho e cor. Fiquei ali parado horas olhando aquele monstro de pedra que sobreviveu ao tempo, estava perplexo pelo seu poder de encanto. O gigante solitário em meio a nossa atualidade.

Já era tarde da noite e eu ainda estava ali admirando aquela beleza, cansado, meio de fogo e ainda não sabia como fazer para voltar ao hotel onde estava.Um hotel feio e sinistro.

Tomei mais um gole daquele vinho seco horroroso e acendi um cigarro. Que trago gostoso... e ainda poderia ficar ali quanto tempo quisesse pois era eu e Roma. Só nós ali, naquele momento de intimidade, trocando olhares apaixonados, o novo e o velho, o passado e o presente.

Logo mais peguei o metrô ali mesmo bem pertinho e fui para onde não sabia. Os trens não são tão limpos quanto os nossos, e por fora são grafitados. Até que gostei. As pessoas são sérias, meio carrancudas, não tem a nossa simpatia, a nossa beleza e gentileza de ser. Mas uma coisa eu te digo, são muito elegantes e cultas.

Estava deslumbrado com tudo que era diferente, estava a quilômetros de casa, mas o céu era o mesmo. Naquele momento talvez minha amada estivesse vendo a mesma estrela que brilhava intensamente no céu. Ao pensar isso uma lágrima me escorreu pelo rosto. Senti saudades de casa, de papai, mamãe e os amigos também. Acendi um cigarro logo em seguida para espantar o frio e continuei o meu caminho. Havia descido duas estações atrás antes de contemplar aquele céu limpinho, limpinho.

Para minha sorte desci no lugar exato e fui caminhando até o bairro de São Lourenço, um bairro badalado dos vermelhos daquele lugar. Parei num pub e dai tomei una bella birra, sozinho mesmo. Aquilo me desceu como o maior de todos os líqüidos que existiam, me senti bem, ali mesmo fiquei. Quando acordei estava na porta do pub, no chão, e um pedaço de pizza endurecido na mão.

terça-feira, junho 27, 2006

Você ta falando comigo?

Xingar os leitores de "filhos da puta" não vai fazer diferença alguma, muito menos trará reflexos para o blog Groppuseano. Ninguém vai ligar mesmo ou levar a sério o que um desconhecido fala. Percebo que a falta de popularidade tem suas vantagens, a simplicidade tem suas vantagens. Dificilmente alguém te ligará, ou mesmo te convidará para sair ou até mesmo sentirá sua falta. Lembrando! Meu cu para vocês, meus sadoleitores. Não sou popular, apenas um vagabundo que conta pensamentos ou histórias menos importantes.

Meu grande pai sempre dizia:

- Groppuso, você é um vagabundo sem futuro! Não corre que eu te pego, muleque safado.

Como isso me doía. As palavras vagabundo e sem futuro, como penetravam fundo na minha alma e ecoavam nos meus ouvidos, aquelas palavras me acompanham até hoje. Isso me causou uma insegurança e uma timidez dos diabos, que me trouxeram problemas durante muito tempo. Isso fez com que minha popularidade não passasse de apenas cinco pessoas. Em minha própria família, tive só a popularidade de causar problemas. A popularidade dos meus defeitos, dos meus erros e de ser o gordo da turma.

Atualmente entendo que ser alguém popular ou mesmo rodeado de babões não me torna alguém especial ou melhor que ninguém. Mas sinto uma grande popularidade comigo mesmo, que é benéfica. A popularidade com meus pensamentos e com a minha alma.

Estou aprendendo a ficar no anonimato, a fazer menos barulho até chegar ao silêncio e a presença despercebida. Aprendi a não mais sonhar no meu descanso e a nem mesmo ter o direito de amar. Tenho aprendido a dar valor para mim mesmo, a popularizar comigo mesmo. Por isso ainda acho que a grande vantagem é apenas ocupar o pequeno espaço, aquele que ninguém quer, aquele que todos desprezam.

Não sei nem porque falo sobre isso, talvez esteja sem assunto, foi o que me veio a cabeça nesta tarde. Ser popular! Já quis ser popular várias vezes. Até fuzil no exército já roubei. Queria ser popular. Até que fui, mas não foi uma boa idéia: ser popular numa cadeia não tem graça, quase ninguém te vê. E depois, lá fora todos já te esqueceram. Ninguém mais liga, ninguém mais se lembra. Parece que nunca existi.

quarta-feira, junho 14, 2006

DARIA TUDO PARA MIJAR GOSTOSO ATRÁS DE UMA ARVORE.

Puta que pariu! Enquanto esta merda de infecção ou seja lá o que for não melhorar, vou pentelhar todo mundo com meu sofrimento e minha dor, e ainda vou contar todos os detalhes do meu desespero. Assim têm sido minhas noites, desesperadoras, dolorosas. Pra mijar é um puta sacrifício. Uma espécie de dor misturada com o alívio da fina e delicada urina que se vai pela privada, manchando o vaso e pintando tons esverdeados por todos os lados, devido a um analgésico colorido. É bizarro tudo isso. O que será de mim? Ou dele? Sei que meu amigo tem sofrido muito e não consigo vê-lo assim: cabisbaixo, entristecido, sem vida, sem vigor e sua natural rigidez.

Alguém disse:

-AG, você não é mais o mesmo, ficando velho. Os sintomas de suas loucuras, as conseqüências de uma vida sem limites estão aparecendo. Seu corpo te cobra agora os excessos.

Ouvir isso foi o fim. Será que está chegando o fim de tudo, será que daqui em diante as coisas se tornarão difíceis pra mim?

Estou ansioso, preocupado, pensativo. Posso morrer a qualquer momento! Talvez tenha pedra nos rins, ou alguma coisa muito pior. Essa maldita infecção me fez pensar. Quando tudo está caminhando bem, algo pode barrar o meu caminho. E aí então infeccionar a minha vida.

segunda-feira, junho 12, 2006

El Caso AG


La mujer vudú tenia un perro que hablaba. Hablaba y bebía cerveza, una mutación de su especie producida por la ingestion de hongos cuando era un animal joven. Ademas tenia un caracter amargo e irascible, que iba empeorando con los años. Todo ésto hacía de él un perro desagradable y mas bien molesto, pero la mujer vudú lo tenía desde hacia tiempo, y lo habia aceptado como una especie de venganza karmika que se soportaba con paciencia.

Ese sábado a la tarde el chucho estaba especialmente irritante …

- ¿Has posteado ya en la receta de Patioba? ¿Cuando le vas a mandar el texto a AG? repetia una y otra vez rascándose las pulgas y sacando flatulencias post-almuerzo…

- Fungo, me estás estresando – dijo ella, y de una patada con su bota de tacón le echó de la habitación a la calle …

AG… pensó mientras giraba un rizo entre los dedos … se acercó a la colección de espejos y tomó uno mediano, con marco de madera gastada. Con un movimiento de los dedos invocó los ojos de AG, que aparecieron ahora mirándola através del espejito. La luz de la tarde estaba dandole al cuarto un color de ámbar, dulce y espeso, y la brisa dejó entrar el olor del jazmín y la madreselva… asi que cuando terminó de leer los ojos en el espejo, la mujer vudú se quedó dormida.

Carmen Sandiego, fundadora e dissidente do Cochabamba Hotel.

sábado, junho 10, 2006

Aii!! que Dor Lores!!!

São 3:00 da madruga e aqui estou eu me contorcendo todo, pendurado ao registro que fica acima da minha cabeça na parede. É como se estivesse urinando gilete, daquelas bem afiadas. A urina sai como se destruísse toda a minha uretra, uma queimação insuportável, como se milhares de lâminas saíssem dali. Que noite horrível. Como se não bastassem as outras 6 vezes que levantei durante a madrugada para ir ao banheiro e apenas míseras gotas saíam. Já não bastasse ter que ir àquele hospital público onde não havia torneira no banheiro, quase lavo minhas mão na privada - ao menos não deixaria de lavá-las - e ainda mais ter que ouvir uma acusação injusta do médico na frente de todos que estavam ali.

- Ei, você transa com camisinha? Troca muito de parceiras? Onde você fica se metendo?

Fiquei horrorizado com tamanha petulância!! Saí revoltado, mas ao mesmo tempo aliviado com a bendita medicação e a tristeza de ter que desembolsar alguns trocados. Acho que estou ficando mesquinho.

Um dia muito atribulado em casa. Meu pai chegou totalmente mamado e sem camisa dizendo coisas horríveis a mamãe, e aquela dor me doía mais ainda. Quanto tempo durará esta infecção e esta dor de ver meu pai naquele estado? Como espero estar curado e estar na minha própria casa. Não agüento mais sentar na dentadura de meu pai no sofá e ter que varrer pedaços de unhas cortadas do chão. Eca, isso é nojento demais. Já bastam as minhas frieiras herdadas dos meus tempos de serviço militar. Mas meu bendito Canesten resolverá isso, e talvez melhorará também os meus dias com meus pais.

***

CANESTEN: pomada para frieiras e bactérias, na bula diz que resolve tudo.

quinta-feira, junho 01, 2006

EI!! VOCÊ MESMO...

É com muita alegria e acompanhado de uma infecção urinária dos diabos, que volto a escrever neste meu amado blog, que me traz grandes recordações. Venho me desculpar pela minha ausência. Tristeza, sem condições para escrever, o mundo havia desabado em minha cabeça. Mas são águas passadas e com toda vontade e força retorno ao meu caminho, que por um certo tempo foi alterado. Mas enfim, estou aqui novamente.

Estou aqui pra contar as novidades, os novos encontros, as novas loucuras. Mas de uma forma menos feia, mundana e talvez um pouco mais florida. O submundo desabou na minha cabeça e algo diferente aconteceu. Ainda sobraram histórias lá do Bexiga que ainda vou contar. Mas também coisas que acontecem lá no submundo do nosso coração, da nossa alma.

Para os que acharam que tudo havia acabado, para os paparazzi que viram o AG no fusca e as fofocas absurdas:

QUE OS ANARCOPUNKS VOS CARREGUEM!!!

Como dizia minha querida que voou para América: MEU CU PRA VOCÊS.