quinta-feira, maio 29, 2008

Do Caribe!





Caros amigos beberrões!!


Finalmente recebi uma boa notícia vinda dos bairros suburbanos do Haiti, um país das Caraíbas que ocupa o terço ocidental da ilha Hispaniola.

Existe uma tribo de skinheads chamada Sodaneguaki. Começaram muito bem. Arrancaram e fritaram o couro de uns hooligans baderneiros que faziam turismo pelas bandas de lá. Dizem que os "Cabeças de Osso" foram lá só para ver como era a morte pela fome, além de comer na frente dos famintos só para aumentar mais o sofrimento.

Nunca imaginei que a cultura skinhead chegasse até lá. Dizem que foi um paulista, nascido no Marapé, lá em Santos. Era um skin ranzinza mas gente boa. Adorava um pileque e falava espanhol quando estava totalmente bêbado. Serviu na Força de Paz, detestava tudo aquilo e vivia dormindo pelos becos das favelas. Em uma de suas folgas, depois de tomar um porre, acabou desertando e ficando por lá mesmo. Fez amizade com o povão dali. Numa comemoração folclórica levou umas fitinhas de ska e fez a cabeça da molecada que não agüentava mais aquelas comemorações. O novo visual rueiro meio que improvisado deu um charme estiloso aos garotos.

A rapaziada abraçou logo de cara esta nova cultura. Tempos depois li em um fanzine que realmente foi o brasileiro quem levou a cultura skin até lá. Dizem também que tomou um porre e dormiu em cima de uma mina. Morreu, só sobrou a boca da garrafa e o boton do Opressed que usava sempre.

Deixou todos loucos por cerveja e pelo divertimento movido a música, uma leva de quase trinta negrinhos, marchando sobre as ruas enlameadas da cidade. É bonito ver aquela rapaziada colorida com seus coturnos militares, não há Doc's por lá.

O que posso adiantar em primeira mão é que os meninos estão montando uma banda com uma aparelhagem novíssima que conseguiram com os capacetes azuis. Em troca de informações sobre grupos hostis e cápsulas de munição vazias para reciclagem.

Apesar da pobreza e guerras internas a cultura skinhead atravessou mais uma barreira, isso mostra que nem a tamanha ignorância dos homens consegue impedir por muito tempo a juventude marginalizada dar seu grito, seja qual ela for, em qualquer parte deste mundo .

Do mesmo modo que ali chega a boa cultura, também chega a cultura distorcida. Existem também em Porto Príncipe os skinheads herdeiros de Papa Doc, terrorizando e maltratando aqueles que contrariam suas idéias.

Até as próximas notícias.

X.



sexta-feira, maio 16, 2008

terça-feira, maio 13, 2008

Banheiros


Percebi durante estes meus tempos de incontinência urinaria pós-cerveja: no Centro Velho não existem banheiros públicos suficientes para os deficientes do Aparelho Urinário. Só nos restam os botecos.

É uma tortura ter que procurar um banheiro quando se está apertado nestas bandas quando existem tão poucos banheiros públicos para demanda de mijões.

Banheiros de bares são meus alvos principais nestas situações emergenciais de descarrego. Fiquei Doutor no assunto e fiz um estudo sobre estes Private Homes.

Pensando no estado de uso dos mesmos, de dez banheiros, só dois se encontram em bom estado. Existem os que não têm trincos, e ao mesmo tempo em que a pessoa mija, segura a porta com o pé. E se você for perneta?


Tem aquele em que as descargas não funcionam e fica tudo cheio de merda boiando olhando para você. As vezes nem bóia, é muito nojento e fedido.

Também há os que não têm papel higiênico. Se você não for um cara atento, só no final poderá perceber que não tem papel ali. Aí só a cueca mesmo lhe salvará. Outros no lugar do bendito rolo têm pedaços de jornal, que deixam sua bunda estampada com a manchete do mês passado.

Nos melhores banheiros não se pode entrar sem consumir e há aqueles pagos onde homens vão para olhar você enquanto mija, os ditos "pontos de encontro". Detesto fazer xixi e perceber que estão olhando descaradamente para mim, perco a concentração facilmente. Já passei por várias experiências desse tipo. É estar mijando e perceber que há vários olhos atentos a suas chacoalhadas.

Pensando bem, notei que as mulheres tem razão, banheiro de homem é porco mesmo. Dá cada tipo nojento: a maioria não lava as mãos e geralmente não dão descarga, a única coisa que se vê é todos chacoalhando a penúltima gota, porque a última smpre é da cueca.

Uma vez, coincidentemente, três caras que urinavam - inclusive eu - terminamos ao mesmo tempo, num festival de chacoalhadas. Que barbaridade, qualquer mulher iria ficar horrorizada.

As vezes fico pulando de banheiro em banheiro tentando descarregar toda aquela cerveja, de gota em gota, por não ter uma certa tranqüilidade nestes banheiros. Você precisa de uma certa concentração para colocar tudo para fora, não pode ser interrompido nem distraído.

Por estas e outras já conheço quase todos os banheiros de bares desta cidade. Faltam poucos para o mapeamento total. Essa falta de banheiros à noite fica pior.

Os banheiros estão sempre cheios, às vezes tem filas enormes. Sempre tem alguém impaciente batendo na porta, transando ou cheirando cocaína lá dentro. A falta de banheiros públicos e os grandes problemas sanitários da cidade fazem estas ruas cheirar a urina e às vezes até a merda.

Me desculpe, mas eu mesmo já fiz de banheiro um vagão de metrô na Republica, à meia-noite, não havia ninguém. Não agüentei, mijei.

Não tenho culpa se não há banheiro em todas estações. Pelo menos não fui todo mijado para casa.

O melhor de todos os banheiros devia ser o meu, mas faz dias que cortaram minha água por falta de pagamento e o vaso tem merda até a tampa.