terça-feira, setembro 05, 2006

AG de molho

Anderson Groppuso, o último baudelaireano do Cambuci e dono desse mocó encontra-se de molho, fazendo uma revisão em sua Máquina Mortífera. Regressará com força total nos próximos dias, para perturbar o sono da Cidade Monstro. Quem viver verá!

PH, el Zeladô.

terça-feira, agosto 29, 2006

Groppuso TV apresenta:



BEAT GENERATION (Pull my Daisy)
Babilônia 1959
Direção: Robert Frank & Alfred Leslie
Com Gregory Corso, Allen Ginsberg e Peter Orlofsky
Escrito e narrado por Jack Kerouac
audio original em inglês com legendas em italiano (afinal, ser groppuseano é ser cosmopolita...)

terça-feira, agosto 01, 2006

VÉIOS BRÓDI.

- E aí Velho, valeu pela força!

Não existe nada melhor que amigos verdadeiros ao seu redor, estou falando de amigos verdadeiros, leais. Você está me entendendo? Um já é uma preciosidade, agora imaginem dois! Tudo de bom que se pode ter.

Os amores vão embora, os amigos continuam para sempre. Passam-se tantos anos e eles ainda continuarão seus amigos. Sabe de uma coisa, perdi muitos amigos, talvez por não ter dado a importância que mereciam.

Gostaria de revê-los e pedir mil desculpas pelos meus erros, abraçá-los como mereciam ou como nunca fiz. Preciso rapidamente valorizar os mesmos, os que estão ao meu lado, os que me apóiam, os que me suportam, os que sempre me perdoam. De ligações não retornadas, de discussões, de pisadas de bolas, de mal- entendidos, de birrinhas e malcriações.

Lá no fundo eu sei quem são estas importantes pessoas, e tão valorosas que são para mim. Qualquer merda que aconteça, lá vai o AG correndo atrás:

- Me ajuda, amigo?

Nunca ouvi um não. Geralmente os nãos são meus, sempre os meus. O que acontece comigo, o que passa na minha cabeça, no meu coração? Não sei te responder.

Antigos pensamentos gropuseanos: drogas, mulheres, rock and roll e “amigos” era a combinação perfeita. Hoje fico só com os AMIGOS. A melhor escolha.

Cada ano da sua existência será o meu presente. Saber que mais um ano estarão por aí para o que der e vier.

Perdões sinceros do AG aos meus grandes amigos.

Feliz aniversário.

quinta-feira, julho 27, 2006

quarta-feira, julho 26, 2006

Groppuso TV apresenta:

GUANTANAMERA, COM BANDA BASSOTTI!

terça-feira, julho 25, 2006

ANSIOSO DEMAIS, PORRA!!!

Sentar naquele murinho do Banco Safra, no cruzamento da avenida Paulista com a rua Augusta, olhando aquele fuá é tudo! Ainda mais no estado de nervos que estou ultimamente, minha ansiedade é tanta que ainda acaba comigo.

Venho sentindo as dores mais absurdas pelo corpo inteiro, pareço um velho com seus 80 anos. Minhas noites têm sido péssimas, acompanhadas de uma insônia dos diabos. Igualzinho a minha mãe com menopausa, que fica perambulando pela madrugada sem conseguir dormir.

Mas aquele lugar, aquelas pessoas que passam ali apressadas, de todas as cores, de todos os tipos, me acalma e me alegra. Dou aquela tragada no meu velho cigarro - sempre deixo um dentro da carteira para momentos especiais como aquele - e penso comigo:

- Isso tudo é uma beleza!

Fico tranqüilo e em transe por alguns minutos, um orgasmo.

A coisa mais urbana que já vi, as pessoas mais lindas que já conheci. Temos uma beleza indescritível, um gingado que ninguém tem, principalmente um jogo de corpo para os problemas que nos cercam.

O que será que cada um está pensando agora? O que cada um vai fazer? Quais são seus problemas, suas alegrias? Com certeza são como os meus, melhores ou piores tocam suas vidas. Caminham pra lá e pra cá num rítmo frenético, como se fosse uma dança urbana deixando tudo aquilo muito lindo. As cores dos outdoors, os carros, os edifícios. Tudo ali muito colorido, cheio de vida.

- Dá uma olhada nesse doido, todo esquisito e não tá nem aí pra nada!

- Olha esse aí, então, falando sozinho. Só dá louco nessa cidade. Mas tudo é muito mágico. Pensei e ri sozinho ali, dei uma baita gargalhada bem alta. Acho que o louco aqui sou eu, isso sim.

Lembrei de você, querida. A cidade me faz lembrar você, por isso não a esqueço.

Ei, darling! Você deveria estar comigo agora vendo tudo isso, é um um cinema ao vivo. Seria romântico se estivéssemos juntos agora. Tenho que me conformar em ser o único espectador deste momento, mas seria lindo se pudesse me acompanhar.

Já são quase dezenove horas, estou atrasado para o dentista. Dei meu último trago e lancei a bituca longe. Por azar caiu na cabeça de um engravatado que chupava um horrível sorvete do Mac Donalds. Problema dele. Dei uma de bobo e saí correndo.

sexta-feira, julho 14, 2006

CALÇA CURTA , VELHOS E NAFTALINA.

Uma mão entre suas coxas e os ouvidos atentos ao barulho do portão que se abria.

-Puta merda, seu pai chegou! E agora, caramba?

Era sete horas da manhã, e o pai daquela fulana era um bicheiro, velho chato e ranzinza, o véio era perigoso. Saía sempre às seis da manhã e só voltava à tarde para comer alguma coisa. Infelizmente hoje ele voltou mais cedo que se imaginava.

- Véio do cacete! E agora, o que a gente vai fazer?

- Sei lá, entra aí no guarda-roupa e fica quietinho.

Nossa! Aquilo foi broxante, estava com as calças pelos joelhos e a cueca também. Foi tão desesperador que, intuitivamente, puxei as calças rapidamente - obviamente seria a cueca primeiro - a calça enroscou na cueca e no fim fui parar no guarda-roupa com as calças ainda no meio das pernas.

Nossa, que roupas bregas desse velho! - pensei comigo. Me deu uma vontade de rir daquela breguice, mas isso não era hora, minha situação era péssima.

A casa era um quarto, cozinha e banheiro, não tinha pra onde correr, seria morto ali mesmo com as calças na mão e o pinto murcho, indefeso. Aquilo era vergonhoso demais pra mim. O pior de tudo é que sou alérgico a mofo, poeira. O interior do guarda roupa parecia um baú de roupas velhas. Que cheiro de naftalina horrível.

Estava totalmente encrencado, encolhido e assustado, e uma vontade imensa de espirrar. Teria que agüentar aquilo, era minha prova de fogo. Imagine minha situação: meio que sem calças, com vontade de espirrar e não sabia quando sairia dali.

Pensava comigo mesmo:

-Nunca mais volto aqui, nunca mais invento de trepar de manhãzinha. Fiz mil promessas se saísse ileso dali.

Prometi até ir à igreja todos os domingos com minha mãe, quando meus pensamentos foram interrompidos por uma voz irritante e áspera:

- Decidi ir trabalhar mais tarde, tô com preguiça hoje.

-Meu Deus, o que vou fazer agora? - falei baixinho.

Ouvi que a garota fazia de tudo para dispensar o pai. Ela não podia me deixar ali sozinho, o velho poderia querer alguma roupa que estava ali, aí sim estaria perdido.

Fiquei quase duas horas ali, passando mal, “tudo” e “todo” encolhido. Enfim o velho decidiu ir embora, tamanha foi a insistência da filha. Saí do armário, dei vários espirros e traumatizado terminei em segundos o que havia começado e disse nunca mais voltar ali e passar aquele constrangimento.

Falei a ela:

- Tão cedo não vou aparecer aqui, você disse que era super seguro!

- Me desculpe, não imaginei que pudesse voltar tão cedo - ela respondeu.

Senti seu pesar e fui embora morrendo de vergonha e raiva.

Um dia depois estava escondido debaixo da cama, me segurando para não espirrar. Dessa vez deu tempo de vestir as calças corretamente. Fiquei mais tranqüilo.

quinta-feira, julho 13, 2006

- Não bate na criança, não bate na criança! - gritava e chorava o pequeno Agezinho, convicto de que não se batia em criança.

Ri muito ao ouvir aquilo da minha cria. De onde veio aquela idéia de que não se bate em criança? Tinha apenas 3 aninhos e já tinha seus argumentos. Me lembro deste e de outros momentos engraçados onde Agezinho estava envolvido.

- Papai, por que você não mora na minha casa e mora com a vovó? - eram suas perguntinhas chatinhas de responder.

Encostar a cabeça no travesseiro e a solidão da noite me fazem pensar nestes momentos caseiros e evolutivos daquele moleque que é a minha cópia perfeita e repensar em toda minha vida. Revirar as lembranças mais distantes, recordações e pequenos detalhes que para mim foram belos ou malditos.

Lembro da minha infância onde tudo era perfeito e encantador, onde tudo era uma diversão. Onde ir ao supermercado com meus tios fazer compras era tudo de bom, eu e meu primo nos perdíamos nos corredores imensos daquele lugar, ou mesmo deslizar com os carrinhos de compras, era a Disney para mim. Hoje as coisas são diferentes, temos que lidar com a realidade das coisas, tomar atitudes que podem mudar sua vida radicalmente, tanto para melhor ou para pior. O homem tem seus momentos assustadores, seus medos interiores, suas dúvidas, suas angústias.

- O que vou fazer agora? Tenho tanto medo!

- Mãe, como queria um abraço teu agora.

Quantas vezes disse isso sozinho, chorando desesperadamente como uma criança, homem já feito...

Estes são momentos solitários e únicos de um homem. Quantas vezes sentei na privada do banheiro para poder chorar, aliás para ninguém me ver chorando? Pois você é um homem, e homem feito não chora.

Quanta bobagem.

- Chora Agezinho, chora enquanto papai e mamãe estão aqui a seu lado!

Talvez futuramente você irá chorar em algum quarto por ai, no silêncio da noite ou em algum banheiro sujo desta cidade, sem ninguém para te abraçar, entre o medo e o desespero. Aí realmente você se tornará um homem. Onde a vida certamente baterá no homem.

quinta-feira, julho 06, 2006

UÉ! CADÊ A LIBERDADE?

AG teve um dia muito cansativo, trabalhando desde as seis da manhã. O balanço do final de mês sugou toda a energia que restara, acabou com toda sua paciência, precisava relaxar. Dezoito e trinta e ainda continuava em seu serviço, em sua mesa, pensando o que iria fazer da vida.

Uma hora depois estava em uma mesa diferente, destas com muita cerveja e gente conversando. Ali sim estava melhor, entre conversas, caipirinha e a bendita cachaça!

O mijadouro me esperava. Algo aconteceu, pois voltei vendo tudo triplicado, já não conseguia coordenar meus passos e movimentos. As únicas imagens que me recordo deste instantes pós-bar era a lembrança de ter estado com Chico Buarque, ter passado pelo México e tirado fotos com meu amigo Pessoa.

¿AG no México?

E então, pegar o ônibus Largo da Pólvora e descer no ponto final, algo infantil e totalmente fácil pra quem esta sóbrio. Eram 22:30 quando me despedi e adentrei no bendito ônibus. Acordei à 1:20 da manhã no mesmo ônibus, só que em um local totalmente diferente e assustador. Pensei comigo:

- Meu Deus, onde é que estou? Nunca vi este lugar na minha vida!

Para minha surpresa fui parar em uma favela no Jardim João XXIII, só com meu bilhete único e nenhuma esperança de que ainda voltaria para casa. O único jeito foi ficar ali mesmo no ponto. Uma dor de cabeça horrível me atacou e me desmachei em vômitos para todos os lados, o frio e o medo tomaram conta de mim e por poucos minutos não entrei em desespero. O jeito era deitar ali mesmo e me encolher todo - o frio daquele chão passava pelos meus ossos fazendo doer meus dedos das mãos. As pessoas passavam por mim e faziam comentários como se eu fosse um bêbado ou um mendigo. Não estava longe de parecer com um, pois os cachorros não passavam por mim sem dar uma latida.

Acho que dormi por algumas horas pois acordei com alguns muleques estranhos comentando sobre mim. Mas assustado mesmo fiquei quando ouvi a intenção da rapaziada: queriam furtar-me, tirar o que eu não tinha. Desceram a rua e pararam para fazer uma votação, se me roubavam ou não. Decidi acordar e ficar sentado, coloquei a mão dentro da jaqueta como se estivesse armado e fiquei esperando. Lá vinham eles, trocamos olhares inimigos e passaram direto novamente. Pararam mais acima e continuaram indecisos.

Para minha salvação um casal apareceu em meio ao nada e disfarcei pedindo informações e caminhei com eles até a rua de baixo onde nos separamos. Corri o máximo que pude até um posto de gasolina. Fiquei por lá escondido até um ônibus passar. Às quatro e trinta da manhã consegui pegar um ônibus.

Agora meu drama era outro, a vontade de vomitar era desesperadora, o balançar do ônibus fazia com o que tinha sobrado em meu estomago viesse à tona. As pessoas subiam na lotação fazendo com que meu sufoco aumentasse. Era uma luta com meu organismo deteriorado, o vômito subia e descia. Tudo para não fazer feio, tudo para não emporcalhar alguém. Já bastava minha roupa suja e cheirando a cachaça, a fumaça. Foi quase uma hora de luta comigo mesmo. Ainda tive que pegar o metrô e passar pelo mesmo sufoco. As pessoas notavam o meu sofrimento e angustia. Notava que me olhavam com nojo e dó ao mesmo tempo. Acho que imaginavam:

- Coitado deste moço, pálido e sujo!

Saí do metrô e desci correndo até chegar na casa de meus pais. Era o que mais queria, o que tanto precisava. Enfim entrei e agradeci muito por ver meu filho em paz dormindo com minha mãe. Estava lá me visitando e dormiu poque não agüentou me esperar mais. Eu estava sujo, fedendo, uma dor de cabeça insuportável mas, no final de tudo, estava em casa.

Que dia! Nunca mais vou beber e fumar.

quinta-feira, junho 29, 2006

VIA UNO

O Coliseu é maravilhoso à noite! As luzes ao seu redor iluminando a sua beleza e grandiosidade, as centenas de gatos que saem do seu interior é inacreditavel, gato de todo tamanho e cor. Fiquei ali parado horas olhando aquele monstro de pedra que sobreviveu ao tempo, estava perplexo pelo seu poder de encanto. O gigante solitário em meio a nossa atualidade.

Já era tarde da noite e eu ainda estava ali admirando aquela beleza, cansado, meio de fogo e ainda não sabia como fazer para voltar ao hotel onde estava.Um hotel feio e sinistro.

Tomei mais um gole daquele vinho seco horroroso e acendi um cigarro. Que trago gostoso... e ainda poderia ficar ali quanto tempo quisesse pois era eu e Roma. Só nós ali, naquele momento de intimidade, trocando olhares apaixonados, o novo e o velho, o passado e o presente.

Logo mais peguei o metrô ali mesmo bem pertinho e fui para onde não sabia. Os trens não são tão limpos quanto os nossos, e por fora são grafitados. Até que gostei. As pessoas são sérias, meio carrancudas, não tem a nossa simpatia, a nossa beleza e gentileza de ser. Mas uma coisa eu te digo, são muito elegantes e cultas.

Estava deslumbrado com tudo que era diferente, estava a quilômetros de casa, mas o céu era o mesmo. Naquele momento talvez minha amada estivesse vendo a mesma estrela que brilhava intensamente no céu. Ao pensar isso uma lágrima me escorreu pelo rosto. Senti saudades de casa, de papai, mamãe e os amigos também. Acendi um cigarro logo em seguida para espantar o frio e continuei o meu caminho. Havia descido duas estações atrás antes de contemplar aquele céu limpinho, limpinho.

Para minha sorte desci no lugar exato e fui caminhando até o bairro de São Lourenço, um bairro badalado dos vermelhos daquele lugar. Parei num pub e dai tomei una bella birra, sozinho mesmo. Aquilo me desceu como o maior de todos os líqüidos que existiam, me senti bem, ali mesmo fiquei. Quando acordei estava na porta do pub, no chão, e um pedaço de pizza endurecido na mão.

terça-feira, junho 27, 2006

Você ta falando comigo?

Xingar os leitores de "filhos da puta" não vai fazer diferença alguma, muito menos trará reflexos para o blog Groppuseano. Ninguém vai ligar mesmo ou levar a sério o que um desconhecido fala. Percebo que a falta de popularidade tem suas vantagens, a simplicidade tem suas vantagens. Dificilmente alguém te ligará, ou mesmo te convidará para sair ou até mesmo sentirá sua falta. Lembrando! Meu cu para vocês, meus sadoleitores. Não sou popular, apenas um vagabundo que conta pensamentos ou histórias menos importantes.

Meu grande pai sempre dizia:

- Groppuso, você é um vagabundo sem futuro! Não corre que eu te pego, muleque safado.

Como isso me doía. As palavras vagabundo e sem futuro, como penetravam fundo na minha alma e ecoavam nos meus ouvidos, aquelas palavras me acompanham até hoje. Isso me causou uma insegurança e uma timidez dos diabos, que me trouxeram problemas durante muito tempo. Isso fez com que minha popularidade não passasse de apenas cinco pessoas. Em minha própria família, tive só a popularidade de causar problemas. A popularidade dos meus defeitos, dos meus erros e de ser o gordo da turma.

Atualmente entendo que ser alguém popular ou mesmo rodeado de babões não me torna alguém especial ou melhor que ninguém. Mas sinto uma grande popularidade comigo mesmo, que é benéfica. A popularidade com meus pensamentos e com a minha alma.

Estou aprendendo a ficar no anonimato, a fazer menos barulho até chegar ao silêncio e a presença despercebida. Aprendi a não mais sonhar no meu descanso e a nem mesmo ter o direito de amar. Tenho aprendido a dar valor para mim mesmo, a popularizar comigo mesmo. Por isso ainda acho que a grande vantagem é apenas ocupar o pequeno espaço, aquele que ninguém quer, aquele que todos desprezam.

Não sei nem porque falo sobre isso, talvez esteja sem assunto, foi o que me veio a cabeça nesta tarde. Ser popular! Já quis ser popular várias vezes. Até fuzil no exército já roubei. Queria ser popular. Até que fui, mas não foi uma boa idéia: ser popular numa cadeia não tem graça, quase ninguém te vê. E depois, lá fora todos já te esqueceram. Ninguém mais liga, ninguém mais se lembra. Parece que nunca existi.

quarta-feira, junho 14, 2006

DARIA TUDO PARA MIJAR GOSTOSO ATRÁS DE UMA ARVORE.

Puta que pariu! Enquanto esta merda de infecção ou seja lá o que for não melhorar, vou pentelhar todo mundo com meu sofrimento e minha dor, e ainda vou contar todos os detalhes do meu desespero. Assim têm sido minhas noites, desesperadoras, dolorosas. Pra mijar é um puta sacrifício. Uma espécie de dor misturada com o alívio da fina e delicada urina que se vai pela privada, manchando o vaso e pintando tons esverdeados por todos os lados, devido a um analgésico colorido. É bizarro tudo isso. O que será de mim? Ou dele? Sei que meu amigo tem sofrido muito e não consigo vê-lo assim: cabisbaixo, entristecido, sem vida, sem vigor e sua natural rigidez.

Alguém disse:

-AG, você não é mais o mesmo, ficando velho. Os sintomas de suas loucuras, as conseqüências de uma vida sem limites estão aparecendo. Seu corpo te cobra agora os excessos.

Ouvir isso foi o fim. Será que está chegando o fim de tudo, será que daqui em diante as coisas se tornarão difíceis pra mim?

Estou ansioso, preocupado, pensativo. Posso morrer a qualquer momento! Talvez tenha pedra nos rins, ou alguma coisa muito pior. Essa maldita infecção me fez pensar. Quando tudo está caminhando bem, algo pode barrar o meu caminho. E aí então infeccionar a minha vida.

segunda-feira, junho 12, 2006

El Caso AG


La mujer vudú tenia un perro que hablaba. Hablaba y bebía cerveza, una mutación de su especie producida por la ingestion de hongos cuando era un animal joven. Ademas tenia un caracter amargo e irascible, que iba empeorando con los años. Todo ésto hacía de él un perro desagradable y mas bien molesto, pero la mujer vudú lo tenía desde hacia tiempo, y lo habia aceptado como una especie de venganza karmika que se soportaba con paciencia.

Ese sábado a la tarde el chucho estaba especialmente irritante …

- ¿Has posteado ya en la receta de Patioba? ¿Cuando le vas a mandar el texto a AG? repetia una y otra vez rascándose las pulgas y sacando flatulencias post-almuerzo…

- Fungo, me estás estresando – dijo ella, y de una patada con su bota de tacón le echó de la habitación a la calle …

AG… pensó mientras giraba un rizo entre los dedos … se acercó a la colección de espejos y tomó uno mediano, con marco de madera gastada. Con un movimiento de los dedos invocó los ojos de AG, que aparecieron ahora mirándola através del espejito. La luz de la tarde estaba dandole al cuarto un color de ámbar, dulce y espeso, y la brisa dejó entrar el olor del jazmín y la madreselva… asi que cuando terminó de leer los ojos en el espejo, la mujer vudú se quedó dormida.

Carmen Sandiego, fundadora e dissidente do Cochabamba Hotel.

sábado, junho 10, 2006

Aii!! que Dor Lores!!!

São 3:00 da madruga e aqui estou eu me contorcendo todo, pendurado ao registro que fica acima da minha cabeça na parede. É como se estivesse urinando gilete, daquelas bem afiadas. A urina sai como se destruísse toda a minha uretra, uma queimação insuportável, como se milhares de lâminas saíssem dali. Que noite horrível. Como se não bastassem as outras 6 vezes que levantei durante a madrugada para ir ao banheiro e apenas míseras gotas saíam. Já não bastasse ter que ir àquele hospital público onde não havia torneira no banheiro, quase lavo minhas mão na privada - ao menos não deixaria de lavá-las - e ainda mais ter que ouvir uma acusação injusta do médico na frente de todos que estavam ali.

- Ei, você transa com camisinha? Troca muito de parceiras? Onde você fica se metendo?

Fiquei horrorizado com tamanha petulância!! Saí revoltado, mas ao mesmo tempo aliviado com a bendita medicação e a tristeza de ter que desembolsar alguns trocados. Acho que estou ficando mesquinho.

Um dia muito atribulado em casa. Meu pai chegou totalmente mamado e sem camisa dizendo coisas horríveis a mamãe, e aquela dor me doía mais ainda. Quanto tempo durará esta infecção e esta dor de ver meu pai naquele estado? Como espero estar curado e estar na minha própria casa. Não agüento mais sentar na dentadura de meu pai no sofá e ter que varrer pedaços de unhas cortadas do chão. Eca, isso é nojento demais. Já bastam as minhas frieiras herdadas dos meus tempos de serviço militar. Mas meu bendito Canesten resolverá isso, e talvez melhorará também os meus dias com meus pais.

***

CANESTEN: pomada para frieiras e bactérias, na bula diz que resolve tudo.

quinta-feira, junho 01, 2006

EI!! VOCÊ MESMO...

É com muita alegria e acompanhado de uma infecção urinária dos diabos, que volto a escrever neste meu amado blog, que me traz grandes recordações. Venho me desculpar pela minha ausência. Tristeza, sem condições para escrever, o mundo havia desabado em minha cabeça. Mas são águas passadas e com toda vontade e força retorno ao meu caminho, que por um certo tempo foi alterado. Mas enfim, estou aqui novamente.

Estou aqui pra contar as novidades, os novos encontros, as novas loucuras. Mas de uma forma menos feia, mundana e talvez um pouco mais florida. O submundo desabou na minha cabeça e algo diferente aconteceu. Ainda sobraram histórias lá do Bexiga que ainda vou contar. Mas também coisas que acontecem lá no submundo do nosso coração, da nossa alma.

Para os que acharam que tudo havia acabado, para os paparazzi que viram o AG no fusca e as fofocas absurdas:

QUE OS ANARCOPUNKS VOS CARREGUEM!!!

Como dizia minha querida que voou para América: MEU CU PRA VOCÊS.

quinta-feira, maio 04, 2006

Ele não morreu!



Eis que a tranqüilidade dos moradores da cidade-monstro é abalada por uma estranha interferência em seus televisores. Em vez da novela das oito, uma figura mascarada invade as telas e os lares para lançar uma maldição:

AG NÃO MORREU E EM BREVE VOLTARÁ PARA PERTURBAR VOSSO SONO!

Quem viver verá...




::(¢) copyleft Choque Elétriko Sideral/Kolektivo Cochabamba Hotel::